Há pouco mais de 2 anos larguei tudo o que tinha feito e trabalhado durante 4. Tirei educação e só eu sei o que me custou. Não tinha paixão, nunca me adaptei bem à faculdade e lembro-me pouco do que aprendi. Sabia que isto não era normal e que principalmente numa área tão importante e determinante da vida de cada um eu não podia ser uma professora medíocre e isso iria influenciar a vida de centenas de miúdos que me passassem pelas mãos. Eu não ia ser dessas pessoas que refilam do trabalho todos os dias, com um horário das 9 às 5. Não era justo para mim nem para os meus futuros alunos.
Tinha que mudar! Tinha que perceber no que é que era boa, o que é que eu fazia que me dava tanto prazer que eu nem desse pelo tempo passar e que de alguma maneira me sustentasse para o futuro. Sei que há pessoas que passam a vida inteira a tentar perceber e eu tive a sorte de encontrar o meu lugar! Era fotografar! Chorei muito até perceber! Tinha tirado dois cursos durante a licenciatura para aprender a mexer na máquina que tinha e nunca mais deixei de fotografar. Comecei a seguir algumas fotógrafas que tinham blogues - a Mariana Sabido, a Catarina Ferreira - foram determinantes na fase em que já sabia que queria fotografar mas não sabia por onde começar. Eram tão diferentes das fotografias tradicionais, eram felizes, as fotografias delas faziam-me (e ainda fazem) rir, ansiar por mais. Quis saber mais, como viviam, era mesmo verdade que alguém conseguia viver disto, como, etc. Dúvidas legítimas de quem vive numa sociedade em que nos enchem a cabeça de que ser artista não resulta para ninguém, que fotografar é um hobbie. Sinceramente hoje em dia admiro-me por ter tido coragem de fazer o que muitos nunca tiveram coragem para fazer! Sim, é preciso coragem, é preciso ter medo e dar um passo de cada vez. Assisti algumas fotógrafas, percebi a logística de um casamento. Aprendi, duvidei, aprendi mais. Isto era mesmo real! Investi numa máquina melhor, hoje em dia mexo nela de olhos fechados, conheço cada botão porque um casamento não pára para eu pensar, é aquele momento! E naquele momento eu tenho que ter a máquina a postos. Perguntam-me muito o que faço além da fotografia - nada - ser fotógrafa é o meu trabalho, paga-me as contas. Se não sei o dia de amanhã? Não! Mas alguém sabe? Sei que estou bem, durmo bem, nunca vou de trombas trabalhar e que de um ano para o outro dupliquei o meu volume de trabalho e que estou fora de mim de contente! Estou sempre à procura de mais, ideias novas que gostaria de ter mais tempo criativo para concretizar, leio sobre fotometria e luz, composição e pequenas dicas de blogues que sigo diariamente. Sou uma eterna aprendiz! Também fiz amigos de verdade neste trabalho, provavelmente também não agradei alguém, mas sei que a minha balança cai sem dúvida para o lado positivo. Portanto, espero que estes 2 anos sejam um bocadinho pequenino do que ainda está para vir! O tempo tratará do resto! Obrigada a todos, aos que estão cá desde o princípio, aos que chegaram entretanto e aos que hão de vir! A minha realização também vem de vocês, é por vocês que todos os dias sou grata e que sei que não voltaria atrás nem um dia! (Parte má é que não tenho fotografias minhas há algum tempo lol) Ao pescoço tenho a máquina que me fez crescer, que espero nunca ter de me desfazer, deixou de ser a máquina que uso sempre mas que vai ser para sempre do meu coração! Tive há um mês o enorme gosto de ir fotografar um casamento à Madeira.
Apesar de já conhecer, aproveitei para ir na sexta feira bem cedo para aproveitar o dia, ver as vistas, comer e beber bem! Já não me lembrava que a Madeira era assim tão bonita! Vim com uma imagem revigorada e acho que apesar da aterragem (lol), vale mesmo a pena conhecer as nossas ilhas! A semana passada consegui tirar uns dias e rumámos para Serpa. Os 40 graus à sombra já não estavam a resultar, embora as casas sejam muito fresquinhas durante o dia pensar que ia estar uma semana praticamente dentro de casa estava a dar comigo em doida!
Por isso, já que o Algarve é a um pé de Serpa, fomos passar o dia a Cacela Velha. Já tinha ouvido falar maravilhas e não há duvida que almoçámos mesmo, mesmo bem e ainda demos uns mergulhos com a Busha. De volta a casa passámos no Pomarão, um antigo porto que fica mesmo na fronteira com Espanha. É destes dias que gostamos! Estes dias de sol pedem rua e fotossíntese..
Combinamos ir ao jardim aqui tão perto e ainda encontramos mais vizinhos! Devia ser sempre assim :) |
Mafalda31 year old photographer. Archives
January 2017
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